sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O beijo

E foi assim que aconteceu, seus olhos foram procurando um caminho para chegar nos meus, suas mãos foram lentamente se acomodando, um suspiro...
Foi, então, que seus lábios foram chegando perto dos meus. No primeiro instante o nervosismo... Mas logo vou esquecendo...
Meus pensamentos então distantes... Eu podia viajar pelo mundo naquele momento... Os seus lábios me trazem essa oportunidade... Você é real? Ou apenas minha ficção? Eu não sei.
Perdi minha identidade, eu não sei mais meu nome. Diga-me esses são os efeitos colaterais do seu beijo?
Vou abrindo os meus olhos devagarzinho e percebo o seu sorriso, ele também me faz viajar em um lindo céu estrelado... Suas mãos delicadamente acariciam o meu rosto... Um arrepio...
De repente, estamos praticando um novo tipo de beijo, aquele que se faz com os olhos.Vou percebendo que aos poucos vou me perdendo em teus olhos.Mas, como? Eu serei a nova menina dos seus olhos?

Esse beijo com os olhos parece ser delicado e suave, ao contrário do beijo dos lábios que a todo instante precisamos desvendar um novo sabor.
O remédio 

Cheguei a uma farmácia e perguntei à atendente se, porventura, existia um remédio capaz de apagar certas lembranças, evitar algumas lágrimas, fazer esquecer certas pessoas, curar um coração partido, anestesiar alguns sentimentos e um curativo para uma decepção.
A atende olhou-me e disse:
-Mesmo que existisse esse precioso remédio não faria efeito em você. Porque você quer apagar lembranças que não pode esquecer, evitar lágrimas que já saíram de seus olhos, esquecer pessoas que foram inesquecíveis, curar um coração partido sem perdão, anestesiar alguns sentimentos que fazem parte da pessoa que você é e um curativo para uma decepção, incurável. Mas talvez exista algo que você possa usar como remédio: O tempo.
Talvez ele seja um pouco doloroso e amargo, sem anestesias e curativo, mas com agulhas bem finas, ele é o único capaz de transformar o seu passado ruim em um presente diferente. 
Amanda Tavares